Autor:
Stephen King
Editora:
Círculo do Livro
Ano: 1977
Gênero:
Terror/Suspense/Fantasia
Nº de
Páginas: 447
Finalmente faço a
resenha de um livro relativamente bem aguardado por mim mesmo. Quando comprei o
livro em um sebo, me senti na obrigação de lê-lo. Feito e refeito. O divertido
foi perceber o quanto que diversas características do grande mestre do horror,
Stephen King, já estão presentes aqui.
Antes da
introdução há uma pequena amostra que deixa claro os grandes nomes que
inspiraram o autor. Em uma página, um pequeno trecho de A Máscara da Morte
Rubra de Edgar Allan Poe e uma frase atemporal do pintor iluminista Goya nos
ajudam a “entrar” na atmosfera do livro.
“O adormecer da razão gera monstros.”
- Goya
Já ao início do
livro temos Jack Torrance xingando mentalmente seu futuro chefe temporário em
uma entrevista de emprego para zelador. Xingamento estimulado por uma pergunta
que deixou o personagem em uma situação delicada. Afinal, imagino ser
extremamente constrangedor, frustrante, triste e irritante ser questionado
sobre seu passado alcoólatra e agressivo. Após passar pela entrevista de
emprego, Jack, sua esposa Wandy e seu filho Danny (traduzido para Daniel)
partem para morar no hotel Overlook, em algum lugar do Colorado durante o
inverno. O grande palco de todo o terror.
Este é o ponto de
partida para uma história de terror que pode ser amada ou odiada, mesmo por
pessoas de gostos bem semelhantes.
A família
composta por eles é o padrão de qualquer história com o chefe de família
alcoólatra. Wandy é a mãe pouco opinante por não querer contrariar e também
querer ajudar o marido, ao mesmo tempo em que teme pela segurança de seu filho.
Este último, Danny, que é o clichê da criança que presencia acontecimentos
estranhos, mas que neste caso ocorre por conta de seu “dom”.
A família citada
é facilmente reconhecida por qualquer um. Faz o tipo da família desestruturada, presente em diversos tipos de filmes e
livros. Tal fato não fica apenas nos personagens principais, a maioria dos
personagens que irão aparecer na trama são tão clichês quanto à família de
Jack.
Não acho que seja
interessante revelar qualquer coisa a mais sobre o enredo do livro uma vez que
a sua idade talvez seja o seu maior defeito. O fato de o livro ser um clássico
da literatura de horror fez com que ele se tornasse fonte de inspiração para
diversos outros autores, transformando o que uma vez foi original em algo muito
datado. Defendo não revelar mais sobre o enredo justamente por isso, qualquer
leitor com um pouco mais de bagagem no gênero poderá identificar os demais
clichês no próprio roteiro. Por mais que tudo seja muito bem escrito e
detalhado, alguém que já está anestesiado com contos e histórias de horror mais
modernos provavelmente não se sentirá demasiado envolvido, muito menos com o
final do livro.
Para estes, eu
recomendo lerem o livro com um olhar diferente. Sem tantas expectativas, com
mais carinho, respeito e atenção a tal obra que transformou um gênero e é
reconhecida até hoje. Com essa visão você facilmente se envolverá com o livro,
talvez não com a trama, mas com o livro em si. A sua admiração pelo autor pode
aumentar demais.
Para os leitores
menos habituados ao terror, principalmente o tipo de terror que é mais embasado
em uma atmosfera criada com detalhes e descrições minuciosas, este livro é
muito recomendado. Será muito bem apresentado a esse tipo de narrativa. Os
personagens serão menos óbvios e se tornarão mais caricatos com o desenrolar da
trama, com exceção da figura de Jack (e mesmo assim ele se torna um excelente
personagem). A narrativa de King derroca um pouco à monotoniedade em alguns
trechos ligeiramente mais descritivos, mas são rapidamente cortados por visões
do passado ou futuro de algum dos personagens. Isso vem a se tornar bem comum
na narrativa dele, muitas vezes cansa e mais vezes ainda ele te cativa a
continuar lendo.
Cheio de frases marcantes, o livro demonstra diversos aspectos da visão do autor através de diversos personagens. O próprio Jack é uma caracterização dita e escrita de Stephen King (pelo menos na parte humana, espero), que teve problemas com o álcool em diversos momentos da vida. Isso tudo, somado ao fato de ser uma obra com o nome inspirado em uma canção de John Lennon (Instant Karma), torna tudo muito prazeroso de se experimentar.
Para os mais exigentes com escrita, recomendo a versão que eu li, de capa dura e antiga. Por mais que pareça difícil de encontrar, nem é tanto assim, comprei bem barato eu um sebo. A versão atual que é impressa pela Objetiva possui alguns erros de ortografia que pode incomodar (pode não ser nada, mas me incomoda) além de não ter o texto na íntegra. Recomendo muito a leitura do original em inglês, afinal, é o próprio Stephen King lhe contando a história.
Creio não ser necessário avaliar o filme aqui, o mesmo é uma obra de arte a parte, por muitos, visto como melhor que o livro (por mim também).
Enfim, uma incrível obra, um livro empolgante e que cambaleia em sua própria fama. Essencial para fãs do autor e novos leitores do gênero, mas talvez seja inviável para fãs do gênero que sempre esperam algo a mais em tudo que leem.
“Retirem as Máscaras!!!”
“Este lugar desumano cria monstros humanos”
Cheio de frases marcantes, o livro demonstra diversos aspectos da visão do autor através de diversos personagens. O próprio Jack é uma caracterização dita e escrita de Stephen King (pelo menos na parte humana, espero), que teve problemas com o álcool em diversos momentos da vida. Isso tudo, somado ao fato de ser uma obra com o nome inspirado em uma canção de John Lennon (Instant Karma), torna tudo muito prazeroso de se experimentar.
Instant Karma's gonna get you
Gonna knock you right in the head
You better get yourself together
Pretty soon your gonna be dead
Para os mais exigentes com escrita, recomendo a versão que eu li, de capa dura e antiga. Por mais que pareça difícil de encontrar, nem é tanto assim, comprei bem barato eu um sebo. A versão atual que é impressa pela Objetiva possui alguns erros de ortografia que pode incomodar (pode não ser nada, mas me incomoda) além de não ter o texto na íntegra. Recomendo muito a leitura do original em inglês, afinal, é o próprio Stephen King lhe contando a história.
Creio não ser necessário avaliar o filme aqui, o mesmo é uma obra de arte a parte, por muitos, visto como melhor que o livro (por mim também).
Enfim, uma incrível obra, um livro empolgante e que cambaleia em sua própria fama. Essencial para fãs do autor e novos leitores do gênero, mas talvez seja inviável para fãs do gênero que sempre esperam algo a mais em tudo que leem.
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