Resenha (056) - O Guia do Mochileiro das Galáxias - A Trilogia de Cinco

domingo, 14 de julho de 2013

Resenha (056) - O Guia do Mochileiro das Galáxias - A Trilogia de Cinco




Título: Guia do Mochileiro das Galáxias

Autor: Douglas Adams
Editora: Arqueiro
Ano: 2010
Gênero: Ficção Científica/Humor/Filosofia
Páginas: 832


Gostaria de fazer logo o adendo de que essa resenha terá o objetivo primário de aproximar novos leitores (principalmente leitores não-nerds) para conhecerem esta obra.


Até o quarto livro a trama acompanha a jornada do humano Arthur Dent, que já ao início do primeiro volume, está sendo despejado de sua casa para que a mesma seja demolida e assim seja construída uma via expressa para melhor funcionamento do trânsito da cidade. Problema rapidamente resolvido quando um bom amigo seu embebeda-o e teletransporta-o para uma nave fora do planeta (afinal, caso não saibam, a melhor forma de curar a enxaqueca causada pelo pós teletransporte é ficar absolutamente bêbado antes).
Pouco antes de começar a reclamar da vida e de para onde havia sido levado, as naves de construção Vogons em que estão destroem a Terra com um breve aviso de alarde momentâneo: "Desculpe, mas nós avisamos que precisaríamos demolir a Terra. Uma importante via expressa intergaláctica está sendo construída e vocês estão no caminho.".

O grande foco da obra é fazer uma crítica ferrenha a diversos aspectos da humanidade, sejam esses aspectos políticos, religiosos, econômicos ou sociais. Crítica muito bem construída pela forma hilária com que Adams demonstra o quão insignificante e medíocre nós (humanos) somos. Afinal, somos apenas a terceira raça mais inteligente no planeta Terra.

Um fator muito interessante e que pode incomodar um determinado grupo de leitores (que talvez sejam mais ligados a alguma religião) vem do autor ser um ateísta assumido, com uma forte ligação com o meio ambiente e sua importância. Não é como Isaac Asimov que sempre defendeu o Humanismo em suas didáticas. Toda a trilogia (de cinco livros) critica fervorosamente toda e qualquer religião, mas o realmente visível é o fato de Adams nunca debochar da fé dos crentes e sim, prioritariamente da instituição religiosa e tudo o que ela representa como uma entidade que gera opiniões.

6x9=42

Acreditem ou não, a resposta dada para o segredo da vida, do universo e tudo mais irá satisfazer qualquer leitor conforme a trama se desenrola. Não direi qual é, mas não se espantem se rapidamente uma música sem nexo de uma banda que você goste ou um furo de roteiro de algum filme ou anime que assistiram tiverem como fundamento a resposta dada. Essa trilogia (de cinco livros) não virou referência à toa.
Qualquer resposta que você quiser ter você terá após ler este livro (se você tiver um bom senso de interpretação, claro).

Falando mais diretamente sobre o quinto livro, Praticamente Inofensiva, este é o único que não acompanha a jornada de Arthur e seus amigos. É o maior dentre os cinco e possui um tom crítico e humor negro bem mais forte em suas brincadeiras. Os fans acabam por destacá-lo da trilogia clássica (de cinco livros) e assumem que seja um livro à parte. Na verdade ele se separa por ter um conteúdo filosófico ainda mais profundo que os quatro primeiros, talvez por ser menos direto em suas críticas. Minha dica é enxergá-lo como uma obra mais sincera e direta do autor para com seu próprio universo ali criado, assim a história fica mais amarrada e você facilmente encontrará o fim da jornada de Arthur.

Referente ao material impresso aqui no Brasil, fui capaz apenas de encontrar as versões mais atuais dos livros que são da editora Arqueiro. A mesma publicou tudo em cinco pequenos livros do tamanho de versões de bolso por um preço muito amigável. Um site que adora ficar submerso (desculpem-me por essa) vive fazendo promoção dos cinco livros juntos.

Elevadores com medo de altura, estrelas do rock que tocam mesmo estando em coma, Restaurantes no Fim do Universo, pensamentos de baleias e vasos de planta antes e durante a queda, uma nave que é movida por um gerador de improbabilidades infinita, patos de borracha gigantes, o homem que rege o universo, Marvin, o robô mais hilariamente depressivo de todo o universo, tudo isso apenas nos três primeiros livros (vale a pena conferir só pelo Marvin, de longe, o melhor personagem de toda a série).

Engraçado como as coisas funcionam. Inspirado pelas referências que esta obra deixou e incentivado por amigos e ídolos, fui me aventurar nestes livrinhos simpáticos há pouco tempo, com um pequeno estereótipo já formado em minha mente sobre o mesmo. Comecei a ler o Guia do Mochileiro das Galáxias pensando que encontraria uma simples obra de humor recheada de referências nerds, acabei de lê-lo tendo certeza que é a melhor obra literária que eu já li em toda minha vida (pelo menos por enquanto).

2 comentários:

  1. Boa resenha!

    Para quem não conhece a série é uam boa! eu tenho os 5 e gosto muito, é muito divertido ver as loucuras do Douglas Adams ele é genial! :D

    SEguindo seu blog! se puder dar uma passada depois no meu

    http://tamigarotaindecisa.blogspot.com.br/

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  2. Muito obrigado!!!


    Passei e já estou seguindo ^^

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